Gosto de pensar nos Evangelhos como sendo grandes perguntas. Isso mesmo, eles não são respostas para nossas questões, mas perguntas, questionamentos. Se pensarmos neles como respostas dadas, eles perdem a sua validade, pois cada resposta já vem com data de duração. Hoje em dia, então, a reposta já nasce velha. Ela vale para determinada situação e pronto. Já as perguntas podem durar mais. Desse modo, a atualidade dos Evangelhos está no fato de serem provocadores de perguntas e não respostas acabadas. Por isso digo e repito, evangelizar é provocar perguntas (já ouvi essa afirmação antes).
Essas perguntas que os Evangelhos fazem não estão lá muito visíveis. Elas estão nas entrelinhas e nas entrelinhas das entrelinhas. Parece confuso, mas não é. Há um ditado que diz: “Para quem sabe ler, não é necessário pingar o ‘i’ nem cortar o ‘t’.”. Por que? Quem sabe ler já está tão familiarizado com a língua que o cérebro vai deduzindo as coisas. Pois bem, quer dizer que as perguntas dos evangelhos são os ‘is’ e os ‘tês’ sem pingos e sem cortes. Mas é preciso estar familiarizados com eles para que vejamos as perguntas. Também, quando conhecemos uma pessoa, nem é preciso que ela fale alguma coisa pra sabermos o que esta acontecendo. e, às vezes, quando ela fala alguma coisa, sabemos que está dizendo outra. Isso supõe conhecimento, convívio.
As perguntas brotam da convivência. É convivendo que aprendemos a viver. E viver é fazer perguntas. E quando achamos uma resposta, logo ela se torna uma pergunta novamente. Que angústia!!! Mas é por isso que o ser humano é tão interessante. Porque em cada pergunta e em cada nova resposta vai reinventado a vida (ou a roda, na crítica de alguns).
Texto adaptado do blog - vidasemcomunhao.blogspot.com
0 comentários:
Postar um comentário