Na liturgia católica,
Jesus Cristo recebe o título de “Rei Eterno e Universal”, cuja festa acontece
no final do Ano Litúrgico, normalmente, no mês de novembro. É um reinado que se
manifesta no amor de Deus para com todas as pessoas que O acolhem. O máximo
desse amor acontece no sacrifício da cruz, na doação total pela salvação da
humanidade, revelação de sua transcendência.
Além de Rei Eterno, Jesus
recebe também o título de “filho de homem”, para dizer que Ele é “ser humano”,
é a Palavra que se fez carne e veio morar em nosso meio (cf Jo 1,1s). Com isto,
o divino tornou-se humano, para que o humano se tornasse divino. Na Festa de
Cristo Rei, encerramos o ano da Igreja colocando em evidência o anunciado pelos
profetas, que Jesus nasceria como rei, e seria Rei.
Os poderes do mudo querem
dominá-lo, mas seu domínio, em últimas instâncias, pertence a Jesus Cristo, que
veio como Rei e com poder Eterno. A história pertence aos homens, mas tudo está
nas mãos de Deus, mesmo que isto seja contestado e negado pelos poderes do
mundo. O livro do Apocalipse diz que Jesus é “alfa e ômega” (Ap 21,6), o
princípio e o fim, tendo tudo concentrado em Si.
A missão de Jesus Cristo foi
de instaurar o reino de Deus. Isso veio ocasionar consequências para seus
seguidores, porque a construção desse reino foi entregue a nós. Ele começa no
tempo, onde deve ser construído, mas tem uma continuidade na eternidade. É um
reino de vida, diferente do reino do mundo, onde a morte acontece a todo
instante, e de forma totalmente desqualificada.
A realeza de Jesus Cristo não
é do mundo. Seu objetivo foi a salvação da humanidade e tinha perspectivas de
vida eterna. O mundo passa, os bens adquiridos ficam por aí, as pessoas também
terminam seu tempo na terra. O que fica é o bem realizado na construção do
reino, a realização da caridade, que terá continuidade também na outra vida.
+ Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo Metropolitano
de Uberaba/MG
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