“A
vida não é feita de intervalos ou pequenos faz de conta”
(Côn.
Manuel)
Fico
pensando nos dois grandes momentos mal pensados da Sagrada Escritura, vale
dizer: a negação de Pedro (Mt 26, 70-72), que culminou com o cantar do galo (Mt
26, 74) somando o choro amargo (Lc 22, 62) e a traição de Judas, que chegou no
auge do remorso de ferir o sangue inocente (Mt. 27, 3 – 4). Como entrar no
Coração de Jesus e entender o sentimento de quem ele escolheu, com tanto amor,
para ser pescadores de homens (Mt 4, 12-18.35).
Embasado na palavra de Deus, erigi esta frase e a tenho propagado em
meus escritos, palestras, encontros com jovens, casais, homilias e outros. “Um
momento mal pensado pode causar milhões de lágrimas”. Sua metodologia visa à
prudência dentro do mais sagrado que temos, vale dizer: o humano.
Nossa
atualidade nos oferece todas as possibilidades para alcançarmos os espaços
fartos e largos da liberdade. Falar, hoje, em limites e momentos mal pensados,
talvez seja coisa para poucos. Contudo, é na soma de pequenos / grandes
momentos mal pensados que ficamos privados do bem mais precioso que possuímos,
ou seja, nossa existência. Quem insiste em andar pelos caminhos do tudo posso e
quero, um dia, ao voltar para o seu eu, pode se encontrar em milhões de
lágrimas. Nossa vida não é feita de intervalos, ou de pequenos faz de conta.
Nós somos. Essa é a nossa realidade. Não somos apenas uma constituição
biológica; mais um na sociedade; um número nas estatísticas e um RG (registro
geral) na identidade. Somos gente e, acima de tudo, amados e queridos por Deus.
Já nos diz Victor Hugo: “A suprema felicidade da vida é ter a convicção de que
somos amados”.
Quem
tem a certeza dos seus momentos pode andar pelos caminhos da vida com
tranqüilidade. Sabe onde e com quem está. Os momentos nos põe por dentro do eu
que somos e na sociedade que vivemos. Aqui nasce a convicção que precisamos de
limites. Estes são como semáforos que no passar das cores, verde, amarelo e
vermelho nos indicam onde e como devemos parar, esperar e avançar. Deixar para
mais tarde esta atenção pode-nos levar a cair no precipício dos milhões de
lágrimas. Quem não se dá ao luxo de ter cinco minutos bem pensados, pode ter
horas inteiras de amargura, tristeza, incerteza e, sobretudo, perder-se nos rumos
da existência. Logo os momentos mal pensados nos colocam nos “matos” da não
tranquilidade. Jesus nos quer com vida. Ele nos diz: “Eu vim para que todos
tenham vida” (Jo 10, 10). Seja a verdade no momento do teu caminho. Viva as
palavras de Mahatma Gandhi: “Aprenda a viver para sempre. Viva como se você
fosse morrer amanhã”.
Maus
amigos, misturados em amizades duvidosas; lugares indiscretos, tendo altos
“orçamentos” de periculosidade, não escutar ninguém, admitindo que tudo aquilo
que opera faz parte das suas decisões, corre com toda a velocidade para os
momentos mal pensados. É possível viver bem. Basta querer. Ouça as palavras de
Charles Chaplin: “A vida é uma peça de teatro. Por isso, cante, chore, dance,
ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem
aplausos”. Somando outras palavras. Vê se seus momentos estão corretos. Quem
tem seus momentos em dia, acredito que está de acordo com Sêneca: “Apressa-te a
viver bem e pensa que cada dia é, por si só, uma vida”. Veja bem com quem
andas. Escuta teus melhores amigos, teus pais ou que já viveu bem mais tempo do
que você. Seja humilde e recomece, se a vida te pede isso. Pensa no que fizeste
ontem como um aprendizado para o hoje. Viva o hoje como se fosse o único dia da
tua vida. Sê prudente nos teus planos para o amanhã. Pense nisso.
Côn. Dr. Manuel Quitério de Azevedo
Professor do Seminário de Diamantina e da PUC – MG
Membro da Academia de Letras e Artes de Diamantina –
MG
Membro da Academia Marial – Aparecida – SP
0 comentários:
Postar um comentário